O programa de turismo do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) recebeu jornalistas, influenciadores e profissionais do turismo em junho deste ano para apresentação e validação de roteiro. A ação teve parceria da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (FundturMS), SebraeMS (através do Pró Pantanal – Programa de Apoio à Recuperação Econômica do Bioma Pantanal) e Operadora Pure Brasil.

O roteiro do último dia era para ser um “vem comigo que eu te mostro no caminho”. Uma surpresa, segundo Gian Valias, que é sócio-diretor da operadora e um dos organizadores da nossa expedição. Mas a ansiedade dele, aliada à nossa curiosidade, nos deram uma noção de que ainda iríamos nadar em águas cristalinas (sim, tem águas cristalinas no Pantanal) e de que dormiríamos embarcados na última noite em Corumbá.

Nos despedimos da Acurizal bem cedinho e seguimos mais uma vez de barco rio abaixo. Alguns pássaros, cenários deslumbrantes da Serra do Amolar, balanço das ondas feita por outros barcos, barulho de motor que já era canção de ninar para nós e muitos camalotes depois chegamos na Baía do Cervo, no rio Paraguai-mirim.

Baía do Cervo, no Paraguai-Mirim, afluente do Rio Paraguai. Foto: Rodolfo César

É quase inacreditável que existe um lugar como aquele no meio do Pantanal, que comumente tem as águas mais escuras e até barrentas em certas regiões. Aquilo ali parecia um oásis.

Surpresas

As águas transparentes, a vegetação subaquática que dava para ver mesmo de cima do barco, o dia lindo e ensolarado era um convite para um mergulho. E foi o que fizemos. Os mais corajosos já entraram na água e desceram flutuando por parte do rio.

Munidos de máscara snorkel e coletes salva-vidas para que a flutuação fosse mais aproveitada, o visual debaixo d´água se mostrou encantador. Pequenos peixes, plantas coloridas e até flores (sim, tinha plantas com flores debaixo d´água) e aquela sensação de que a qualquer momento poderíamos dar de cara com algum bichinho pantaneiro.

De pernas para o ar, na leveza do balanço do barco e na brisa da natureza. Foto: Débora Bordin

Acredito que, por conta disso e ainda receosos em nadar no meio do Pantanal, algumas pessoas entraram no rio só quando chegamos numa prainha mais segura, com areia branquinha no fundo para chamar de nossa.

Muitos sorrisos, poses e fotos depois, todos embarcados, seguimos para o nosso destino final. Mas, mal o barco se movimentou e já avistamos uma linda ariranha, toda brincalhona, nadando pra lá e pra cá e olhando com curiosidade para nós. Descobrimos então que, provavelmente, não estávamos nadando sozinhos nas águas cristalinas.

Pôr-do-sol, na despedida do Amolar. Foto: Débora Bordin

Despedida

Após mais algumas horas viajando, sentindo o balançar das águas, o vento no rosto, apreciando o rio, olhando os barrancos ainda com esperança de avistar onças pelo caminho, cochilando e, claro, absorvendo toda a experiência dos dias que se passaram, chegamos em Corumbá. Para a nossa (quase) surpresa, saímos do nosso barco e entramos no outro, bem maior, onde desfrutaríamos de mais algumas horas da hospitalidade corumbaense.

No barco-hotel Akaia fomos recebidos carinhosamente pela tripulação e pelo próprio dono, o Bruno Migueis. Após um choppinho providencial e os pratos à base de peixe servidos no almoço, descemos o Rio Paraguai ao som do violão do Sr. Adão e “cantando as canções que não se ouvem mais” (uma referência à música Cunhataiporã, de Geraldo Espíndola). E depois subimos o rio para, mais uma vez, nos encantarmos com o pôr-do-sol do Pantanal que parece ser pintado à mão.

Teve também um menu degustação mais que especial no jantar, preparado pelo chef (sim, ele também é chef de cozinha) Bruno Migueis. No cardápio: ceviche de piranha, filé de cachara, costelinha de pacu, o tradicional caldo de piranha e, como sobremesa, sorvete e brigadeiro feitos de bocaiúva, fruta típica do cerrado.

Ainda tivemos um restinho de energia para fazer focagem noturna de jacarés e para, novamente, admirar o céu absurdamente estrelado, contando satélites e estrelas cadentes. Assim fechamos a noite e a incrível viagem do Amolar Experience. Por: Fundtur/MS