Após atravessar 11 anos, com direito a três nomes, obra chega ao fim com custo de R$ 230 milhões. O Bioparque Pantanal, espaço de experiência e conhecimento, foi inaugurado nesta segunda-feira (28) e conclui o programa “Obra Inacabada Zero”.

Localizado nas dependências do Parque das Nações Indígenas, o complexo abriga o maior aquário de água doce do mundo abre as portas para um universo de 5,2 milhões de litros de água, 60 mil peixes.

No complexo das águas, por enquanto, nadam 20 mil peixes. O povoamento passa por uma etapa de maturação. Logo na entrada, num aquário de 35 toneladas, com 6 metros de altura de oito de comprimentos desperta curiosidade as visitantes.

Em 2015, o governador Reinaldo Azambuja assumiu o Governo do Estado com o desafio de terminar todas as obras deixadas pelo governo anterior. Ao todo foram 235 obras concluídas. “As obras, muitas vezes, vão sendo sucedidas de um governo para o outro e nunca concluídas. O Brasil tem uma enormidade de ‘elefantes brancos’ inacabados em várias frentes e seria muito ruim deixar uma obra dessa complexidade inacabada”, destacou.

Durante o passeio no acesso aos aquários, tanques que se estendem do chão ao teto se assemelham a grandes telas. Os peixes são presença garantida para quem quiser registrar a visita ao Bioparque Pantanal com selfies. No maior dos tanques, um túnel com cúpula de sete metros de altura, por onde se espalham 1,2 milhão de litros de água, coloca o visitante dentro de um rio. A água ainda passa por tratamento de ozônio e ficará cristalina para exibir o nado dos pirarucus, um dos maiores peixes de água doce do mundo. O Bioparque Pantanal também tem 15 jacarés e uma sucuri de três metros.

Para o secretário de Estado de Infraestrutura, Eduardo Riedel, todos esses anos foram de desafio. “Não poderíamos admitir mais uma obra sem conclusão e por isso a gente fez o máximo de esforço possível. Conseguimos atender a um pleito da área técnica e dividir a obra em 13 frentes de trabalho, foram 13 contratos licitados e é um esforço muito grande para coordenar tudo isso e para que a gente chegasse nesse momento com a conclusão da obra. É um feito de engenharia e arquitetura e ganha Mato Grosso do Sul com esse importante passo que damos”, afirmou.

Visitação

A diretora do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri, destaca que a visitação aberta ao público em geral terá início no dia 1º de maio e os primeiros 30 dias após a inauguração serão de treinamento, com agendas internas e institucionais.

“Está sendo elaborada uma plataforma por onde a população poderá se cadastrar para visitar o Bioparque. Serão visitas guiadas, segmentadas. A visita será feita com um guia-chefe e dez condutores, as pessoas vão se cadastrar e será emitido um voucher com dia e horário da visita”, afirmou.

A visitação será gratuita até o último dia do ano e a capacidade diária será de 300 pessoas, 150 pela manhã e 150 à tarde.

A saga

Após dez anos, lançada pela governador André Puccinello (MDB), a obra estava inacabada e deveria custar R$ 84 milhões e deveria ser entregue em outubro de 2013, no aniversário de criação do estado. Durante toda execução o projeto teve alteração de nome três vezes, seria chamado Centro de Pesquisa e de Reabilitação da Ictiofauna Pantaneira, depois virou Aquário do Pantanal, para, por fim, foi lançado com o nome Bioparque Pantanal.

Em 2015, no curso da operação Lama Asfáltica, deflagrada pela PF (Polícia Federal), o empreendimento foi colocado numa frenética negociação para que a obra trocasse de mãos e ganhasse aditivo de R$ 21 milhões na gestão de Puccinelli.

“Houveram as judicializações que levaram à paralisação das obras em 2016. Ficamos destravando todos esses processos e, em 2018, conseguimos equacionar. Pelo volume de recurso aplicado, não poderíamos admitir uma obra sem conclusão. Foi um esforço muito grande. Um feito de engenharia, de arquitetura. MS ganha com esse importante passo que nós demos”, afirma Riedel.

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) também destacou o esforço para que a obra não virasse mais um elefante branco. Aliás, no Bioparque Pantanal, o único elefante é cinza e fica no tanque da África.