Você conhece sobre o transtorno de acumulação compulsiva de animais?

Na língua inglesa denominada Animal  Hoarding  Disorder  (AHD),  também  conhecida  como  Síndrome  de  Noé,  é  um  fenômeno  complexo  que  levanta  questões  relacionadas  à  saúde  pública  e  aos  meios  jurídicos. Algumas características indicativas do comportamento de  um  acumulador  de  animais  podem  ser  observadas,  como  a  reunião  de  um  grande  número  de  animais,  normalmente  recolhidos  das  ruas. Um apego demasiado aos animais  e a falta de não atendimento às necessidades básicas de bem-estar animal, não havendo garantia à integridade física, ao atendimento médico-veterinário e ao acesso adequado à alimentação e à higiene.

Entretanto, por se tratar de uma desordem da saúde mental, o acumulador não tem a capacidade de entender e reconhecer a crueldade e o sofrimento imputado aos animais confinados, chegando a situações extremas de negar eventuais óbitos dos que se encontram sob tutela. Em geral,  acumuladores  animais  não  têm  senso  crítico  da  anormalidade patológica de sua atitude, porém, sem dúvida, seu comportamento  provoca  reações  angustiantes  de  familiares,  vizinhos  e  amigos,  sendo  importante  motivador  de  solicitação  de  intervenção pelo sistema de saúde local, de atividades de urgência médico-veterinárias, da ordem pública e dos órgãos de gestão do meio ambiente, além de demandas jurídicas devido aos comportamentos desviantes de personalidade.

Por este motivo sensibilizado com tamanha crueldade e situação pensando no bem estar das pessoas que sofrem desse transtorno e precariedade de cuidados adequados destes animais, o   deputado Lucas de Lima (Solidariedade) apresentou proposta que dispõe sobre a Política Estadual de Cuidados às Pessoas Portadoras de Transtorno de Acumulação Compulsiva de Animais. O Projeto de Lei 318/2021 foi protocolado na ultima terça-feira (9).

O objetivo da proposta é estabelecer diretrizes para a implementação da política, entre elas: garantia dos cuidados necessários à saúde física e emocional das pessoas portadoras deste comportamento patológico; redução dos riscos de transmissão de zoonoses e minimização dos problemas ambientais decorrentes do acúmulo de animais; promoção do bem estar animal; e incentivo ao restabelecimento dos vínculos sociais e comunitários das pessoas diagnosticadas após o tratamento.

Segundo o deputado, esses animais são mantidos, por pessoas que sofrem deste transtorno, em um local com padrões sanitários precários, privados de alimentação e cuidados veterinários adequados, o que pode caracterizar maus tratos, oferecendo risco de proliferação de zoonoses aos animais e à comunidade ao redor.

“Casos de transtorno de acumulação de animais estão se tornando mais comuns, o que exige a rápida identificação, diagnóstico e intervenção por profissionais especializados a fim de se garantir aos indivíduos que sofrem deste distúrbio o acesso a um tratamento de saúde adequado, bem como evitar a disseminação de zoonoses à comunidade e a submissão de animais a maus tratos”, explicou o parlamentar.

Texto: Portal67

Foto: Dani Mendes Assessoria – ALEMS

Foto destaque: ATPA – Proteção Animal