O incêndio detectado na noite desta quarta-feira (7/7), em Bonito, região turística de Mato Grosso do Sul, continua causando estragos. O foco, que tinha devastado cerca de 1,5 mil hectares até esta quinta, chegou a 2,7 mil hectares de área atingida na tarde desta sexta-feira (9/7), segundo a técnica Fernanda Cano, da Fundação Neotrópica do Brasil, organização de conservação ambiental.

As chamas ameaçam o banhado do Rio da Prata, área prioritária para conservação ambiental de acordo com o IBAMA, onde se formam as nascentes, fundamentais para reter e fornecer água para o rio. A área é vizinha ao Parque Nacional da Serra da Bodoquena. A Brigada do Parque Nacional foi acionada e também está atuando no combate às chamas.

Neste segundo dia de combate aos focos, mais de 50 bombeiros e 14 brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) atuam em meio a vegetação seca, que dificulta o trabalho dos profissionais. Fazendeiros da região cederam tratores e caminhões pipa para auxiliar no combate às chamas.

O superintendente executivo da Fundação Neotrópica do Brasil, Rodolfo Portela, reforça a situação de ameaça às áreas úmidas de Mato Grosso do Sul. “Os banhados são áreas prioritárias para a conservação, inclusive pela importância de sua biodiversidade e para a conservação dos recursos hídricos”, afirma.

De acordo com o Coronel Barros, Subcomandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, mais de 50 militares foram deslocados para a área, além de 8 viaturas, 1 micro ônibus e 2 embarcações, se mobilizando em ações de prevenção. Duas aeronaves ainda foram acionadas pelos bombeiros para auxiliar no combate às chamas.

“O fogo é um agente natural, porém, a ação humana catalisa este processo e aumenta também as proporções do fogo, o que torna este evento uma grande ameaça para a conservação. Isso demonstra a fragilidade de proteção dessas áreas”, finaliza Portela.

A origem do incêndio e as causas do fogo ainda são desconhecidas pelas autoridades e devem ser investigadas.