Ao todo, 228 times de todo Mato Grosso do Sul estão na disputa pela taça. No final da fase municipal, o campeão e vice-campeão das regiões norte e sul de Campo Grande irão disputar o campeonato estadual contra os vencedores de cada município do interior. A final da competição em que irá consagrar a equipe campeã da Liga Terrão 2022 em Mato Grosso do Sul está marcada para 13 de novembro.
O primeiro colocado na competição receberá o prêmio de R$ 40 mil, em seguida R$ 15 mil para o segundo, R$ 10 mil para o terceiro e R$ 5 mil ao quarto colocado.
Na tarde deste sábado (20) teve início a quinta edição da Liga Terrão 2022, o maior campeonato de futebol amador de Mato Grosso do Sul. A partida de abertura da competição foi disputada entre os times AMBFC/MS Bets Esportes contra o Almeida/ Atlântico, no campo do bairro Jardim Batistão.
Conforme explica o presidente do UEFAMS (União Esportiva de Futebol Amador do MS), Cleiton Ferreira, o campeonato é dividido entre as fases municipais e estadual. A cada final de semana ocorrem 32 partidas do campeonato em Campo Grande e 114 jogos em 22 municípios do interior do estado. “A gente se profissionalizou, traz entretenimento para os bairros com o jogo amador”, afirma.
Em Campo Grande, o número de equipes saltou de 10 times anos atrás para 25 atualmente, o que demonstra a evolução do campeonato, avalia Cleiton. “Com disciplina e organização todo mundo participa. Antigamente o pessoal brigava e, agora, fica fora dos jogos por um ano”, ele determina.
Everton Rafael, de 33 anos, é jogador há 18 anos do futebol terrão e estava entre o público para acompanhar a abertura do campeonato. Neste domingo (21) entra em campo pelo time El Edorado, do bairro Tijuca. Ele conta que persiste nos jogos por amor ao esporte e pelas amizades que fez nesses anos. “Agora tem mais respeito nas partidas, antes não tinha muito”, relembra.
A abertura da Liga Terrão 2022 seguiu o protocolo de partidas profissionais de futebol. A entrada dos dois times foi ao som do hino da Champions League. Depois os jogadores e árbitros enfileirados ombro a ombro cantaram o hino nacional com as bandeiras de Campo Grande, do Brasil e da Liga Terrão sob o chão de terra vermelha do campo.
O público do bairro e de regiões vizinhas acompanhou tudo nos quatros lados da quadra de futebol, sentados nos bancos de concreto, nas cadeiras que trouxeram de casa, de pé e até do carro parado ao lado do campo. Grupo de amigos e famílias prestavam atenção na cerimônia de abertura, enquanto conversavam e tomavam bebidas.
Ariane Duarte, de 36 anos, assistia a partida com o sobrinho de três anos que tinha o pai e o tio (marido de Ariane), disputando o jogo. “Ele vem desde bebê. A gente trazia um colchonete para ele dormir”, ela recorda sobre o sobrinho. Jogadora de futsal há três anos, a mulher que adora futebol não perde uma competição.
“Eu acho esses campeonatos importantes porque envolve a família no campo, o comércio local e incentiva as crianças a participar de um esporte”, descreve Ariane.
Comércio
Maria Abudi, de 67 anos, é vendedora ambulante de algodão doce. Saiu do bairro Rouxinóis de ônibus, a cerca de 11km de onde ocorreu a partida, para vender o doce. Em 15 minutos já tinha vendido 12 unidades e acreditava que com mais 1h30 conseguiria terminar de vender os 50 que trouxe. “Criança adora algodão doce”, justifica sobre a venda rápida.
A vendedora conta que sempre tenta ir aos campeonatos de terrão porque as vendas são boas, além de poder acompanhar o filho que também joga. “Aonde meu filho vai competir, eu vou”, conta empolgada.
