Nome de rua em Campo Grande, Dom Aquino foi uma personalidade importante para a história da cidade antes de ela se tornar capital de Mato Grosso do Sul.

Esse percurso histórico é relembrado no livro “Dom Aquino – Centenário da Excursão Presidencial ao Sul de Mato Grosso”, escrito pelos irmãos Ricardo Maria Figueiró e Tiago Figueiró.

“Eu sou empresário, economista, e o meu irmão é padre salesiano Dom Bosco. Nós dois sempre gostamos de pesquisar a história do Estado e de Campo Grande”, explica Ricardo.

Segundo o livro dos irmãos, o já conhecido espaço geográfico denominado Campo Grande foi palco de muitas migrações e ocupado por antigas fazendas, como a Lageado e a Cabreúva, desde os anos de 1840.

Após a Guerra do Paraguai, ocorreu uma desarticulação da antiga organização ao sul de Mato Grosso, o que possibilitou, com novas migrações, o arraial de Santo Antônio.

A localização estratégica favoreceu a consolidação de uma promissora vila, comarca e, posteriormente, cidade, por ato governamental de Dom Aquino Corrêa. Na velha capela de Santo Antônio, em Campo Grande, Dom Aquino chegou a rezar, entre 4 e 9 de junho de 1920.

“Nós estávamos fazendo uma pesquisa da história do Estado e da história de Campo Grande, que foi para o nosso livro ‘Cabreúva: de Segredo a Prosa’, lançado há três anos”, ressalta.

“Durante o processo de pesquisa, descobrimos um mapa fantástico que mostrou para nós como foi o caminho de acesso a Mato Grosso, atual Mato Grosso do Sul, e também nesse processo nós descobrimos Dom Aquino e o quão importante ele foi para o Estado, inclusive, enquanto governador ele elevou a vila de Campo Grande à condição de cidade”, completou.

Muito além de Dom Aquino, o livro ressalta a trajetória de Campo Grande, desde quando era integrada a Mato Grosso até se tornar a capital de Mato Grosso do Sul.

Segundo Ricardo, esse carinho pela história da cidade está relacionado à trajetória da família em Campo Grande.

“Nós somos descendentes de Pedro Rufino, comandante da cavalaria de guerra, nossa família está aqui desde 1935. Somos um dos pioneiros do Estado, inclusive, por causa dessa questão sempre ouvíamos nas rodas de família sobre a Guerra do Paraguai, algumas coisas desencontradas sobre a Cabreúva. Ouvíamos algumas histórias e depois nós fomos a fundo para saber tudo”, complementa o escritor e empresário.

Memória

Além do livro de Dom Aquino, outras obras também ajudam a compreender a trajetória de Campo Grande e de Mato Grosso do Sul.

A obra “Senhorinha Barbosa Lopes”, do escritor Samuel Medeiros, por exemplo, mostra uma história da resistência feminina na Guerra do Paraguai. Dona Senhorinha foi uma pessoa destemida, que protagonizou uma história brutal e fez parte de um momento histórico na ocupação das terras da fronteira.

Por fim, uma publicação que também conta a trajetória de Mato Grosso do Sul é a obra “150 anos após – a guerra do Paraguai: entre olhares do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai”.

Já no terceiro volume, a obra reúne estudiosos de diferentes países, com temas e análises que fazem parte desse esforço intelectual, efetuado no contexto histórico de busca de integração entre os quatro países platinos e na perspectiva de superar preconceitos e rivalidades passadas.

Fonte: Correio do Estado