Chegaram ao fim as Olimpíadas de Paris 2024 neste domingo (12) e, agora, torcedores do mundo todo estão voltados às Paralimpíadas de Paris, que neste ano acontecem de 28 de agosto a 8 de setembro.

Conforme o CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro), a delegação brasileira contará com 277 atletas, sendo oito de Mato Grosso do Sul. As categorias são: atletismo, canoagem e judô.

Por fim, também participará a auxiliar técnica Anne Talitha Almeida, de Campo Grande.

Conheça nossos atletas paralímpicos

Atletismo

Gabriela Mendonça Ferreira (Campo Grande)

Gabriela Mendonça Ferreira, 26, natural de Campo Grande, competirá nas provas de atletismo. A atleta paralímpica é da classe T12, destinada a atletas com baixa visão.

A campo-grandense encontrou o esporte paralímpico em 2009 por meio de um projeto escolar. O esporte se tornou uma forma de superar desafios, incluindo o bullying que enfrentou.

Gabriela estreia na Paralimpíada deste ano. Por isso, aqui estão algumas de suas conquistas: medalhas de ouro no salto em distância e bronze nos 100 metros dos Jogos Parapan-Americanos Lima 2019.

No Mundial de Dubai 2019, ela ganhou medalha de bronze no salto em distância.

Gabriela Mendonça deu seus primeiros passos no atletismo em projeto social escolar da capital (Alessandra Cabral/CPB)

Paulo Henrique Andrade dos Reis (Dourados)

Paulo Henrique Andrade dos Reis, natural de Dourados, competirá na modalidade de atletismo, classe T-13. Ele conquistou prata no salto em distância nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023 e ouro no Grand Prix em Marrakech 2023.

Diagnosticado com retinose congênita aos dois anos, Paulo também é um exemplo de superação e dedicação.

Paulo Henrique é uma das promessas de medalha do Brasil (Alessandra Cabral/CPB)

Yeltsin Francisco Ortega Jacques (Campo Grande)

Yeltsin Francisco Ortega Jacques, de 33 anos, é natural de Campo Grande e foi convocado para disputar as provas de 1.500 e 5.000 metros na classe T11, destinada a atletas cegos.

Recordista mundial nas duas provas e atual campeão mundial dos 5.000m, Yeltsin entra como favorito para conquistar medalhas. Isso porque na última edição dos Jogos Paralímpicos, em Tóquio-2020, ele levou o ouro nas duas categorias e ainda garantiu o recorde mundial.

Na Tóquio-2020, Yeltsin foi o responsável por conquistar a 100ª medalha de ouro do Brasil nos Jogos (Wander Roberto/CPB)

Atleta-Guia (Atletismo)

Edelson de Avila Almeida (Iguatemi)

O atleta Edelson de Avila Almeida, nascido em Iguatemi, atuará como atleta-guia de Yeltsin, auxiliando nos desafios das provas de atletismo, ou seja, sua participação é crucial para o sucesso dos competidores que necessitam de guia durante as corridas.

Edelson é um dos atletas-guia de Yeltsin Jacques (Divulgação)

Canoagem

Débora Raiza Ribeiro Benevides (Campo Grande)

Débora Raiza Ribeiro Benevides, nascida em Campo Grande, representará Mato Grosso do Sul na canoagem. Com uma carreira repleta de conquistas, incluindo medalhas em campeonatos mundiais e pan-americanos, Débora é uma das grandes esperanças brasileiras na modalidade.

A atleta, que tem má-formação nas pernas, iniciou no atletismo aos 15 anos, mas encontrou seu verdadeiro talento na canoagem.

Campo-grandense coleciona medalhas em competições mundiais (Marcio Rodrigues/MPIX/CPB)

Fernando Rufino de Paulo (Mundo Novo)

Já Fernando Rufino de Paulo, conhecido como “Cowboy de Aço”, representará Mato Grosso do Sul na canoagem paralímpica. Natural de Mundo Novo, o atleta promete trazer grandes resultados para o Brasil, já que tem se destacado em competições internacionais.

O atleta vai representar o estado nas Paralimpíadas, após conquistar a medalha de ouro na categoria VL2M200m no Mundial de Paracanoagem. Rufino também competiu na Rio-2016, ganhando a medalha de prata nos 200 metros.

Por fim, em Tóquio-2020 fez história ao alcançar a medalha dourada ouro na prova de 200 metros, com o tempo de 53,077 segundos.

Judô

Erika Cheres Zoaga (Guia Lopes da Laguna)

Erika Cheres Zoaga, nascida em Guia Lopes da Laguna, competirá na categoria +70 kg da classe J1 (cegos totais). Atualmente representando a equipe ARDV-MT, Erika possui um histórico impressionante, incluindo conquistas recentes como prata no Grand Prix de Tiblissi e ouro no Grand Prix de Antalya em 2024.

Nascida com glaucoma congênito, Erika descobriu o judô em 2006 e, desde então, vem acumulando vitórias significativas no cenário internacional.

De Guia Lopes. Érika vai em busca de medalhas no judô paralímpico (Renan Cacioli/CBDV)

Kelly Kethyllin Barros Victorio (Campo Grande)

Também de Campo Grande, a jovem judoca Kelly Kethyllin Victório, de 20 anos, foi convidada para competir nos Jogos Paralímpicos de Paris, após o Brasil garantir mais duas vagas na competição. Por isso a atleta compete na categoria até 70 kg da classe J2 (baixa visão).

Recentemente, ela conquistou a medalha de ouro no Parapan de Jovens em Bogotá, demonstrando seu talento e determinação. Kelly, que nasceu com má-formação no nervo óptico, ocupa a décima posição no ranking paralímpico da Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA).

Kelly brilhou no Parapan de Jovens do ano passado (Alessandra Cabral/CPB)

Anne Talitha Ferreira Silva (Campo Grande)

Por fim, além dos atletas, a professora de judô Anne Talitha Almeida Ferreira Silva foi chamada para ser auxiliar-técnica da delegação brasileira na competição. Com uma carreira dedicada ao treinamento de atletas paralímpicos desde 2006, Anne Talitha traz sua vasta experiência e conhecimento para a equipe brasileira.

Talitha Silva (ao centro) atua como técnica há quase 20 anos (Divulgação)

Paralimpíadas em Paris

A primeira convocação dos atletas brasileiros foi anunciada pelo CTB (Comitê Paralímpico Brasileiro) em 25 de junho. Já a segunda, em 11 de julho.

Por fim, a terceira convocação ocorreu no dia 18 de julho, com os nomes do tênis em cadeira de rodas.

Assim, somando com a primeira lista de convocação, a delegação brasileira já conta com 277 participantes em Paris. Essa já é a maior delegação brasileira convocada para uma edição dos Jogos fora do Brasil.

Na história dos Jogos Paralímpicos, o Brasil já conquistou 373 medalhas (109 de ouro, 132 de prata e 132 de bronze), ou seja, faltam 27 para alcançar seu 400º pódio no evento.

Na última edição, Tóquio 2020, o país fez a sua melhor campanha com 72 medalhas no total, a mesma quantidade obtida no Rio 2016. Destas, 22 foram de ouro, superando as 21 de Londres 2012. Ainda foram mais 20 pratas e 30 bronzes no Japão.