Nova onda de frio que se aproxima de Mato Grosso do Sul pode contribuir para a ocorrência de queimadas na região da Nhecolândia e do Paraguai-Mirin, de acordo com o meteorologista Natálio Abrahão.

Abrahão diz que a combinação de solo seco, vegetação seca, temperatura baixa e umidade relativa do ar baixa são ideais para fogo no Pantanal e norte do Estado.

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A vegetação perde líquido com as baixas temperaturas, o que a deixa seca, favorecendo a ocorrência de queimadas. “A próxima massa de ar polar vai multiplicar as secas em todo Estado”, afirma Abrahão ao Correio do Estado.

O analista ambiental do Prevgofo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Alexandre Pereira, explica ao Correio do Estado que a geada tem efeito negativo, pois seca e mata a vegetação, favorecendo a ocorrência de queimadas. “O problema não é durante o frio e sim depois do frio, pois a geada tem um efeito muito ruim para a vegetação que acaba secando a vegetação totalmente. Ela mata e depois fica seca”.

De acordo com Abrahão, Corumbá e Água Clara registraram os menores índices de umidade relativa do ar (16%).

Rio Brilhante (17%), Cassilândia (18%), Três Lagoas (19%), Campo Grande (19%), Coxim (20%), Santa Rita do Pardo (21%), Dourados (22%), Iguatemi (24%) e Ponta Porã (26%) também registram índices críticos.

Queimadas

O tempo seco, baixa umidade relativa do ar e altas temperaturas favorecem a ocorrência de queimadas severas no Pantanal sul-mato-grossense e no município de Bonito.

A estação de inverno é propícia para ocorrência de queimadas por conta do tempo seco, estiagem e escassez de chuvas.

Militares do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS) atuam na região da Nhecolândia e do Paraguai-Mirin realizando ações de combate aos focos de calor.

Números cedidos pelo CBMMS apontam que 3.750 ha foram queimados na operação Panemorfi.

Relatório apresentado pelo CBMMS mostra que foram registrados 785 focos de janeiro até o dia 15 de junho deste ano no bioma Cerrado (60%) e 217 no Pantanal sul-mato-grossense.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe) indicam que o número de focos de calor registrados no pantanal sul-mato-grossense foi 87,22% menor de janeiro até 15 de junho deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Em todo o Estado, essa redução foi de 66,72%.

Decretos

Decreto que declara situação de emergência ambiental em Mato Grosso do Sul foi publicado no Dário Oficial Eletrônico (DOE) da terça-feira (13/7).

Todo e qualquer tipo de queimada, inclusive queimada autoriza, está proibida no Estado por 180 dias. A medida vale para todos os 79 municípios de Mato Grosso do Sul.

Outro decreto que proíbe queimadas controladas por 120 dias foi publicado no Dário Oficial Eletrônico (DOE) em 30 de junho deste ano.

Previsão do tempo para os próximos dias

O clima permanece seco, com baixa umidade relativa do ar e altas temperaturas até esta quarta-feira (14), de acordo com o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec). Nova onda de frio deve retornar ao Estado trazendo geada a partir de quinta-feira (15/7). Abrahão diz que a frente fria deve vir acompanhada de pouca chuva.

Grande amplitude térmica marca esta semana em Mato Grosso do Sul, que é a diferença entre a temperaturas máxima e mínima.

Para esta quarta espera-se de céu limpo à parcialmente nublado. Não há previsão de chuva.

A umidade do ar varia entre 20% a 65%. O ideal é acima de 60%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Recomendações

O analista ambiental do Prevfogo alerta que pessoas respeitem os decretos ambientais e não utilizem fogo de forma alguma.

De acordo com o Ministério da Saúde, em caso de tempo seco, pessoas devem:

Beber dois litros de água por dia;
Evitar atividades físicas de 9h até 17h;
Evitar exposição ao sol durante a tarde e
Colocar um balde de água no quarto para facilitar a respiração.

Fonte: Naiara Camargo/Correio do Estado