A Polícia Federal (PF) faz nesta quarta-feira (4/8), operação contra grupos suspeitos de desviar recursos do Hospital Regional Dr. José Simone Netto, em Ponta Porã, a 326 quilômetros de Campo Grande. Os investigados respondem pelos crimes de falsificação de documentos, dispensa irregular de licitação, peculato e organização criminosa.

A operação, denominada SOS-Saúde, cumpre 34 mandados de busca e apreensão, em 25 endereços diferentes, dos quais 11 estão localizados no estado de São Paulo, 10 em Goiânia, 3 em Brasília/DF e um em Campo Grande. Bens e valores também estão sendo apreendidos.

A defesa técnica do Instituto Gerir, que era responsável pelo hospital, ainda não conseguiu ter acesso aos elementos de investigação. “O Instituto possui a tranquilidade acerca da legalidade dos atos que foram realizados durante a sua gestão. Tão logo entender do que efetivamente se trata, esclarecerá todos os fatos em busca do arquivamento da investigação”.

Desvio

Conforme a PF, a Organização Social que administrava o hospital começou a ser investigada em 14 de fevereiro de 2019. A suspeita é de que os desvios teriam ocorrido entre 8 de agosto de 2016 e 31 de julho de 2017.

A investigação da PF apurou que em 05/08/2016 a Organização Social firmou contrato de gestão com o Governo do Estado do Mato Grosso do Sul e passou a receber elevados valores com o compromisso de gerenciar o Hospital Regional de Ponta Porã.

Um dos locais onde foi cumprido mandado de busca e apreensão, em Brasília — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Um dos locais onde foi cumprido mandado de busca e apreensão, em Brasília — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Os alvos da operação são os gestores da Organização Social, empresas que receberam irregularmente dinheiro e seus respectivos sócios-administradores; além de dois contadores e seus escritórios de contabilidade.

A Organização Social não tinha fins lucrativos, mas cresceu exponencialmente desde a sua fundação (em 2011), passando a administrar diversas unidades de saúde em vários estados: Mato Grosso do Sul, Paraíba, São Paulo, Bahia, Goiás e Mato Grosso. Com esse crescimento, o grupo recebeu vultoso quase R$ 1 bilhão entre 2014 e 2019.

O nome da operação faz alusão tanto ao principal investigado, que se trata de uma Organização Social (OS) que deveria fazer o correto emprego das verbas públicas destinadas à área da saúde, bem como a socorro (sigla SOS) prestado pelas instituições de controle ao serviço de saúde pública.

Fonte: Portal G1 MS