A medalha de prata da skatista Rayssa Leal, a “Fadinha”, de 13 anos, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, inspirou Luana Aleixo Poli. Apesar de ter quase a mesma idade da medalhista olímpica, Luana, de 12 anos, que reside em Campo Grande, descobriu a paixão pelo skate há apenas um ano e meio e afirma que treinará ainda mais forte após ver Rayssa ‘voando’ nas pistas. “Quero andar igual a ela”, afirmou.
O amor pelo esporte das rodinhas veio como obra do destino na casa em que Luana vive com os pais, Guilherme e Valéria. Logo no início da pandemia, a menina recebeu um primo que ficaria de quarentena com a família. Ele trouxe um skate na bagagem, que a encantou. “Ele começou a andar e eu fiquei com vontade de aprender na hora”, diz.
A mãe, Valéria Poli, empresária de 43 anos, apoiou o desejo da filha. “Sabemos que o esporte faz com que a gente entenda melhor a sociedade e tenhamos uma vida mais saudável. Ela andava de patinete até então, mas aí veio esse primo andando de skate aqui e ela começou a tentar andar com a patinete sem pegar no guidão. Foi quando fomos atrás de um skate bom para ela e agora está fazendo as manobras radicais que adora”, explica.
E foi amor à primeira vista. Um amigo da família indicou qual skate seria o melhor, além dos equipamentos necessários. Autodidata, Luana aprendeu a andar e fazer manobras assistindo a tutoriais no YouTube e utilizando pistas próximas da casa em que mora. Rapidamente, o esporte virou um dos favoritos da adolescente, que ainda pratica taekwondo, vôlei e beach tennis.
Luana anda de skate em pista de Campo Grande (MS) — Foto: Guilherme Poli/Arquivo Pessoal
Perguntada se as quedas praticando o esporte radical não dão medo, Luana é enfática. “Não, só me motiva a ser sempre melhor. Eu tenho uma cicatriz no cotovelo que fiz andando de skate, mas mesmo no dia que caí, eu levantei e continuei andando”.
A sul-mato-grossense assistiu à apresentação da “Fadinha” Rayssa Leal e se disse inspirada. “Me faz querer aprender mais ainda. Vi que ela se esforçou bastante para chegar nesse nível e anda desde muito pequena. No futuro quero andar de skate igual a Fadinha fez e também quero seguir o sonho no vôlei, que é um dos meus esportes favoritos”, visualiza a adolescente.
Valéria comemora o gosto da filha por esportes e o exemplo da “Fadinha”. “A conquista da Rayssa foi um acalento no coração de qualquer pai e mãe. Uma menina tão nova, com uma história linda e só nos incentiva a deixarmos as meninas praticarem os esportes que elas se sintam bem, felizes. Todos os esportes tem algo bom para ensinar e nós, enquanto pais, temos que encorajar, sempre”, finaliza.
Prata histórica para a “Fadinha”
A madrugada desta segunda-feira (26) já ficou marcada na memória de milhões de brasileiros, especialmente de jovens meninas por todo o país. O país testemunhou a magia de uma “fadinha” de apenas 13 anos produzir uma medalha de prata, a segunda do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio 2020. Rayssa Leal é seu nome, e um skate foi sua varinha de condão.
Fadinha: conheça a trajetória de Rayssa Leal, a sensação brasileira no skate
O encanto lançado por Rayssa enfeitiçou o país, que passou as primeiras horas de segunda-feira torcendo pela “Fadinha”. Com a tranquilidade de uma veterana e uma performance irrepreensível na final, a maranhense conquistou a segunda prata do skate brasileiro e a terceira medalha do país em Tóquio.
Suas companheiras no pódio foram duas outras adolescentes, ambas japonesas: Mojimi Nishiya, também de 13 anos, levou o ouro, e Funa Nakayama, de 16, ficou com o bronze. As outras duas brasileiras da competição, Pâmela Rosa e Letícia Bufoni, não confirmaram o favoritismo e nem sequer foram à final, terminando em 10º e nono lugar, respectivamente. Após a eliminação, Pâmela revelou uma lesão séria no tornozelo que a impediu de ter seu melhor desempenho.
Fonte: Por João Pedro Godoy, G1MS