A importância da Rota Bioceânica para as relações comerciais e para a integração de países sul-americanos foi tema de debate hoje em Ponta Porã, durante a 2ª edição da Ponta Agrotec, reunindo autoridades do estado, da União e ainda representantes do Paraguai, Chile, Argentina e Uruguai. O consenso é que há muita expectativa com a concretização do projeto, criando um corredor entre os Oceanos Atlântico e Pacífico.

Presidente da Frente Parlamentar Internacional do Corredor Bioceânico, o senador Nelson Trad Filho (PSD) apresentou uma série de informações. Conforme ele, 60% das cargas de Mato Grosso do Sul são exportadas por Santos e Paranaguá. Viabilizada a rota, as conexões comerciais com países da Ásia, ou mesmo na costa do Pacífico, vão encurtar e ficar mais vantajosas, com o frete mais barato. Além disso, Mato Grosso do Sul tem um papel estratégico, uma vez que o acesso à Rota será por meio de ponte que está sendo construída em Porto Murtinho, conectando o Estado ao Paraguai, passando pela Argentina e chegando aos portos chilenos e ao Oceano Pacífico.

“MS redistribuirá produtos para o Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Além disso, insumos importados poderão ser transformados em produtos finais no Estado, gerando  novas oportunidades de negócios e empregos”, comentou.

Conforme as informações divulgadas, a União já destinou mais de R$ 41 milhões em recursos federais relacionados à Rota, a inclusão de R$ 95 milhões para a adequação do trecho entre os municípios de Bataguassu e Porto Murtinho e os R$ 15, 4 bilhões destinados do PAC para investimentos em rodovias, ferrovias, portos e hidrovias em Mato Grosso do Sul. Em Murtinho, cabe à União construir um ramal de acesso à ponte e uma zona aduaneira. A ponte está sendo construída com recursos paraguaios da Itaipu Binacional.

Os demais países também revelam otimismo com a concretização da Rota Bioceânica. O argentino Pablo Palomares, da Secretaria de Integração Regional e Relações Internacionais da Província de São Salvador de Jujuy, destacou a expectativa de que, além dos aspectos comerciais, haja mais facilidade no trânsito de pessoas na região. Já o chileno Maurício Zamorano, de Antofagasta, destacou que a cidade deve se tornar um polo de logística, com destaque para cargas do agronegócio, em especial da indústria de alimentos.