O gado nem suspeita, mas, enquanto rumina ou observa a paisagem, pode ter cada um dos seus movimentos monitorados. Quanto comeu, bebeu, andou, ficou parado, para onde foi e até mesmo do que precisa. Essa avaliação constante é parte de um conjunto de tecnologias integradas conhecidas como pecuária de precisão.
“Basicamente, o conceito trata de utilizar tecnologias disponíveis para tornar o manejo do animal individualizado”, afirma o pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, Alberto Bernardi.
Na prática, significa particularizar o manejo do bovino, e não de todo o rebanho, para que o pecuarista possa ter mais rendimento e lucro.
Os sensores que medem pesagem, temperatura e comportamento tornam possível fornecer para cada animal a quantidade desejada de alimentação, além de fazer um diagnóstico da saúde.
A tecnologia ainda é usada em geral por produtores mais endinheirados. Mas a tendência é que, tanto as inovações disponíveis quanto aquelas ainda em desenvolvimento se tornem mais baratas conforme sejam disseminadas.
Entre abril e junho do ano passado, a Embrapa realizou um estudo em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) sobre o retrato da agricultura digital brasileira. Dos 754 produtores ouvidos, 335 disseram trabalhar com pecuária (bovinos, suínos e aves) e, entre eles, apenas 18% declararam não fazer uso de nenhuma ferramenta digital em suas criações.
Fonte: Vinicius Galera/ Colaboração para o UOL, em São Paulo