O Presidente dos Estados UnidosJoe Biden, disse nesta quarta-feira (18/8) que as tropas do seu país poderão seguir no Afeganistão mesmo após o prazo de retirada marcado para 31 de agosto, isso se ainda houver cidadãos americanos em território afegão. “Se restarem cidadãos americanos, vamos ficar para tirar todos”, disse Biden em entrevista à rede americana ABC.

Em 8 de julho, Biden anunciou que iria retirar de vez os soldados e encerrar a missão militar no Afeganistão em 31 de agosto, após quase 20 anos de guerra.

A partida já vinha acontecendo progressivamente há meses e era uma das promessas de campanha do ex-presidente Donald Trump que Biden deu continuidade após assumir o cargo, em janeiro.

Caos na saída

O Presidente dos EUA também afirmou, nesta entrevista à televisão americana, que era impossível imaginar um cenário para o fim da guerra de duas décadas sem um “caos”. “A ideia de que, de alguma forma, havia uma forma de ter saído sem que isso resultasse em um caos não vejo como seria possível”, disse o democrata.

O grupo extremista  Talibã tomou a capital do Afeganistão e voltou ao poder depois de 20 anos. O Presidente fugiu de Cabul, e o palácio presidencial foi tomado no domingo (15/8).

Dificuldades de acesso ao aeroporto de Cabul

 

A fala do Presidente americano acontece em meio a um momento de grande apreensão e incerteza. Há relatos de que o acesso ao aeroporto internacional de Cabul vem sendo dificultado pelos talibãs.

Os militares americanos assumiram o controle do aeroporto de Cabul. No início dessa semana, voos chegaram a ser suspensos e milhares de pessoas invadiram o aeroporto para tentar fugir do regime talibã.

Biden disse à ABC que os talibãs estavam colaborando com as forças americanas com as quais passaram tantos anos lutando para ajudar os estrangeiros a fugir, mas admitiu “dificuldades” para retirar os aliados afegãos. “Estão cooperando, permitindo que os cidadãos americanos saiam”, afirmou. “Mas estamos tendo mais dificuldades com os que nos ajudaram quando estávamos lá”, acrescentou, aparentemente referindo-se aos afegãos que trabalhavam com as forças americanas e estrangeiras e que agora temem represálias.

Fonte: Por G1