Daqui a exatamente um ano terá início a Copa do Mundo de 2022, a primeira que será realizada em um país árabe e a última edição a contar com 32 equipes na disputa. Este domingo marca a última fase de uma contagem regressiva que vem sendo feita desde dezembro de 2010, quando a Fifa confirmou que o Catar seria a sede da 22ª edição do principal torneio de futebol do planeta.

No dia 21 de novembro de 2022 a bola estará rolando nos gramados do país do Oriente Médio, que se preparou ao longo de mais de uma década e chega neste momento com praticamente tudo pronto para receber o evento. Sete dos oito estádios que serão utilizados já estão prontos. Cinco já foram inaugurados, e dois deles serão usados pela primeira vez nas próximas semanas. O último a ser concluído será o Estádio de Lusail, palco da final, que está em fase de encerramento das obras e ainda não tem previsão para inauguração.

Dentro de campo, ainda há muito a ser definido. Das 32 vagas no torneio, apenas 13 já têm donos assegurados, incluindo o Brasil. As restantes serão determinadas a partir de janeiro, quando o turbulento calendário das Datas Fifas em tempos de pandemia será retomado.

Confira abaixo o panorama dentro e fora das quatro linhas a um ano do Mundial do Catar:

UM PAÍS MUDADO PELA COPA

O Catar surpreendeu o mundo ao conseguir convencer a Fifa e os dirigentes do futebol mundial a o escolherem como sede de uma Copa do Mundo. Até então, o pequeno país na Península Arábica, na Ásia, era pouco falado no planeta – tratava-se de mais uma nação da região com grande poderio econômico advindo da exploração de petróleo e, principalmente do gás natural. E, desde a escolha, em 2010, a Copa do Mundo contribuiu para oferecer maior exposição ocidental para a nação para desenvolver o local para além do centro de Doha.

O Mundial foi visto como o principal pilar e o grande catalisador do Plano de Desenvolvimento Qatar National 2030. Neste projeto, feito em 2008, o governo do país – que é um emirado, modelo político comandado por um Emir, bem comum na região – colocou como meta melhorar os índices de econômicos, sociais, humanso e ambientais. Para isso, as principais ferramentas eram grandes obras, espalhando a modernidade para outras regiões desérticas e transformando o Catar em um pólo importante e atrativo para empresários de todo o mundo.

Desta forma, a Copa do Mundo fez com que diversos planos fossem acelerados e colocados em prática como infraestrutura necessária e exigida pela Fifa para a realização do megaevento. Um metrô no centro da capital Doha foi construído do zero, as estradas que levavam para outras cidades foram melhoradas e locais históricos foram revitalizados. Até mesmo uma moderna cidade, preocupada com o meio ambiente e o bem estar da população, foi criada no meio do deserto.

– O que vejo aqui é um país que se prepara para receber o mundo inteiro e todos os torcedores, mas também estudando onde melhorias são necessárias e dando passos concretos para fazê-lo de diversas maneiras – disse o presidente da Fifa, Gianni Infantino, em visita ao Catar nesta semana.

Neste cenário, os oito estádios onde os grandes astros do futebol mundial desfilarão talento são colunas fundamentais. Sete deles foram construídos do zero, enquanto o Khalifa International – inaugurado em 1976 e casa do futebol catari desde então – foi reformado e reaberto em 2017. Cada um deles tem ao seu redor um conceito de sustentabilidade e legado para a população local, tanto que todos os sete novos estádios terão capacidade reduzida ou serão totalmente desmontados para dar lugar a centros comerciais, praças de convivência e outros locais que possam desenvolver a economia local.

O Catar se orgulha de dizer que todas as arenas estão localizadas numa distância máxima de 55 quilômetros entre elas, sendo o Al Bayt, em Al Khor, o mais distante do centro de Doha, onde ficam concentrados hotéis, shoppings e atrações turísticas. Uma das propagandas feitas pelo país é que o torcedor poderá circular tranquilamente e em pouco tempo entre os estádios e conseguir assistir a mais de um jogo por dia durante a Copa.

Especial 1 ano Copa do Mundo estádios - Editoria de arte
Especial 1 ano Copa do Mundo estádios – Editoria de arte

– Este é um momento único e especial para o Catar como país anfitrião. Após 11 anos de trabalho árduo e progresso duradouro, estamos no caminho certo para realizar a primeira Copa do Mundo em nossa região, que deixará um legado profundo para o Catar, a região e o mundo inteiro – afirmou Hassan Al Thawadi, secretário-geral do Comitê Organizador da Copa.

OS OITO PALCOS

Em meio a tantas obras de infraestrutura em um país que se tornou um grande canteiro em meio ao deserto, o Catar trabalhou intensamente para chegar ao marco de um ano para a Copa do Mundo com tudo praticamente pronto. Mais de 95% das obras indiretas para a Copa já foram declaradas como prontas, e os oito estádios estão perto de serem totalmente construídos – resta apenas o fim das obras de Lusail.

Entre polêmicas denúncias de desrespeito aos diretos humanos dos operários – negadas pelo país – e uma pandemia mundial que poderia ter atrapalhado o cronograma, o Catar conseguiu erguer estádios que chamam a atenção pela grandeza e diferentes arquiteturas, quase sempre inspiradas no cotidiano dos povos árabes. Veja detalhes abaixos:

Lusail especial 1 ano Copa do Mundo estádios - Editoria de arte
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Al Bayt especial 1 ano Copa do Mundo estádios - Editoria de arte
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Al Thumama especial 1 ano Copa do Mundo estádios - Editoria de arte
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Education City especial 1 ano Copa do Mundo estádios - Editoria de arte
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Khalifa International especial 1 ano Copa do Mundo estádios - Editoria de arte
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Ahmad Bin Ali especial 1 ano Copa do Mundo estádios - Editoria de arte
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Al Janoub especial 1 ano Copa do Mundo estádios - Editoria de arte
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Estádio 974 especial 1 ano Copa do Mundo estádios - Editoria de arte
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OS 13 CONFIRMADOS

Em termos de campo e bola, a Copa do Mundo de 2022 ainda está em modo rascunho. A tabela do torneio só será definida em sorteio realizado no dia 1º de abril, quando boa parte das equipes participantes estará definida – mas, ainda assim, haverá vagas em aberto. Neste momento, após as últimas Datas Fifa de 2021, somente 13 seleções garantiram matematicamente um lugar no Catar.

Além do país-sede, automaticamente classificado, carimbaram o passaporte duas seleções sul-americanas – Brasil e Argentina, classificados de forma antecipada no continente – e outras 10 europeias, após o encerramento da fase de grupos das eliminatórias: Alemanha, Bélgica, Croácia, Dinamarca, Espanha, França, Holanda, Inglaterra, Sérvia e Suíça.

As 13 seleções classificadas para a Copa do Mundo de 2022 - Editoria de arte
As 13 seleções classificadas para a Copa do Mundo de 2022 – Editoria de arte

No Velho Continente, as outras três vagas restantes serão definidas em março, quando será realizada a repescagem que envolve 12 seleções, incluindo Itália e Portugal, os dois últimos campeões europeus, além de Escócia, Rússia, Suécia, País de Gales, Turquia, Polônia, Macedônia do Norte Ucrânia, República Tcheca e Áustria. Os time serão divididos em três chaves com quatro equipes, que disputarão semifinal e final em jogo único, e apenas o campeão de cada uma delas se classificará para a Copa do Mundo. Estas chaves serão definidas em sorteio na próxima sexta-feira, e os jogos decisivos ocorrerão nas Datas Fifa de março.

Na América do Sul, a disputa das eliminatórias segue a pleno vapor depois da pandemia da Covid-19 atrapalhar o calendário de uma das competições mais longas entre os continentes. Restam quatro rodadas a serem disputadas, e as equipes voltarão a campo em janeiro, fevereiro e março para finalizarem o torneio, definindo as outras duas classificadas diretamente para o Catar, além do representante sul-americano na repescagem intercontinental. Neste momento, Equador e Colômbia estão assegurando vaga na Copa, e o Peru está indo para a repescagem.

Outro continente bem adiantado na definição das vagas na Copa do Mundo é a África, que terminou a segunda fase de sua eliminatória neste mês. Agora, restam 10 equipes disputando cinco lugares diretos no Mundial de 2022 em uma eliminatória de ida e volta – quem vencer na soma dos confrontos fica com uma vaga. Os times que seguem na disputa são: Argélia, Tunísia, Nigéria, Camarões, Mali, Egito, Gana, Senegal, Marrocos e RD Congo.

Na Ásia, a disputa da terceira fase das eliminatórias está em andamento, com Irã e Coreia do Sul bem posicionados no Grupo A para garantir um lugar direto no Catar, enquanto os Emirados Árabes atualmente estão indo para a quarta fase, que definirá o representante na repescagem intercontinental. No grupo B, Arábia Saudita e Japão lideram, enquanto a Austrália está em terceiro, indo para a quarta fase. Faltam quatro rodadas para o encerramento da terceira fase.

As eliminatórias da Concacaf também estão na terceira fase da disputa, e neste momento o Canadá lidera e sonha estar em sua primeira Copa do Mundo na história. As outras vagas diretas estão indo para Estados Unidos e México, e o Panamá está na zona de classificação para a repescagem intercontinental. Restam seis rodadas para o fim da competição.

A Oceania vive um momento complicado quanto às eliminatórias do continente para a Copa do Mundo no Catar. Diante das intensas restrições dos países com relação à pandemia da Covid-19, a confederação está com dificuldades para marcar os jogos do torneio. A princípio, a disputa rolará em março do ano que vem, no Catar, e será um evento-teste para a Copa. Há, ainda, a possibilidade de que algum país não participe da competição por conta de possíveis medidas de isolamento dos governos.

A Fifa decidiu mudar o formato da repescagem e, em vez dos tradicionais duelos de ida e volta, agora as vagas serão definidas em jogo único, a ser disputado no Catar, em junho do ano que vem. Os confrontos serão sorteados na próxima sexta-feira, entre os quatro representantes previstos: um da América do Sul, um das Américas do Norte e Central, um da Ásia e um da Oceania.

Texto: GE

Fotos: Editora Arte